terça-feira, 27 de julho de 2010

Qual o sentido último do Universo e da existência humana ?

Immanuel Kant, lançando as bases da moderna Antropologia Filosófica resume estas indagações numa só: “Que é o homem ?”

Hoje nos recusamos a aceitar que somos apenas impulsos eletroquímicos num bicomputador que se originou por acaso e acreditamos que chegou o momento de buscar, para além das aparências mecanicistas da ciência, o traço quase metafísico de alguma coisa diferente, estranha, poderosa e misteriosa.

O Caos

Núcleo Espírita Universitário – Rio de Janeiro

FONTE: http://zap.to/neurj



O cientista deve possuir alto nível de consciência. A consciência adormecida é preenchida pelo Ter em detrimento do ser.
O cientista deve fazer esforço para apreender e compreender a verdadeira realidade.

Muito daquilo que vemos não é mais do que aparência. A realidade é outra.

O sol parece girar em torno de nós e a Terra parece imóvel, mas a realidade é outra. Deslumbramo-nos com Mozart em seu harmonioso concerto encantando-nos os ouvidos. O som não existe! Não passa de uma impressão dos nossos sentidos, vibrações do ar de certa amplitude e velocidade, silenciosas por si mesmas. Sem o nervo auditivo não haveria sons, só movimento.

O mesmo podemos pensar sobre a luz que põe em vibração o nervo óptico.

As galáxias, o som, a luz manifestam a glória de Deus e anunciam a obra de suas mãos.

Podemos encontrar 5 milhões de hemácias em um mililitro de sangue e em alguns meses nosso corpo é reconstituído de novo. E diante desta cultura, aparentemente inútil, ficamos a refletir sobre as grandes questões.

Quem – ou o que – decidiu sobre nossa existência, sobre o seu valor ?
Por mais que procuremos se abrem apenas três caminhos – os da religião, da filosofia e da ciência.

A existência da ordem no seio do caos é outra emergência dessa estranheza lógica.
 
O maior problema da filosofia que a ciência positiva não resolve, nem está em condições de resolver, é o da conduta ou do valor da ação humana.
 
Nossas certezas sobre o tempo, o espaço e a matéria não passam de perfeitas ilusões, sem dúvida mais fáceis de apreender do que a própria realidade.
 
A realidade em si não existe; depende do modo pelo qual decidimos observá-la. As entidades elementares que a compõem podem ser uma coisa (uma onda) e ao mesmo tempo outra (uma partícula).
Essa realidade é, num sentido profundo, indeterminada.
 
 

Qual o sentido último do Universo e da existência humana ?
Kant, lançando as bases da moderna Antropologia Filosófica resume estas indagações numa só: “Que é o homem ?”
 
 
O Caos contêm em si uma ordem tão surpreendente quanto profunda. Cientistas e filósofos concordam que hoje a Física Quântica toca de modo surpreendente a Transcendência, acreditam que estamos diante do primeiro encontro explícito entre Deus e a ciência.

Por isso, mais do que nunca a educação é vista como o processo de interferência numa realidade em constante mudança, no sentido de levar os indivíduos a adotarem, em opção livre e consciente, comportamentos desejáveis ao seu bem estar, físico, biológico, psíquico, social e também espiritual. Esta interferência está baseada em valores e conhecimentos que nós, pais e mestres consideramos válidos científica e filosoficamente.

Por isso, Pasteur falou daquela forma aos jovens e hoje retornamos ao mesmo discurso. Mas, quem ensina quem?

Além de biocomputadores ou cientistas somos seres sociais dotados de historicidade.

E, assim “aprendi que se depende sempre, de tanta, muita diferente gente. Toda pessoa sempre é as marcas das lições de tantas outras pessoas. Que é tão bonito, quando a gente entende que a gente é tanta gente, onde quer que a gente vá”.


Gonzaguinha falando da ciência da vida parafraseou Pasteur –
“é tão bonito quando a gente vai a vida, nos caminhos onde bate bem mais forte o coração”.

No discurso aos jovens Pasteur recomenda que “façam tudo com Amor” e relembra que um diploma não faz o verdadeiro cientista, ele sabia que aprender não é apenas um ato de conhecimento da realidade concreta, da situação real vivida pelo estudante, mas também é ato de modificação de suas próprias percepções, em relação ao aprendizado do bem, da moral e dos valores supremos.


Pasteur fala de religiosidade, de filosofia e de ciência, deve Ter usado como referência bibliográfica a Primeira Carta de Paulo aos Coríntios:

“se falássemos as línguas dos homens e as dos Anjos, mas não tivéssemos Amor, seríamos um bronze que soa ou um sino que toca...

E se tivéssemos o dom da profecia, tivéssemos a fé, a ponto de transportar montanhas, e conhecêssemos ainda todos os mistérios e toda a ciência, mas não tivéssemos amor, nada seríamos ”...

A síntese talvez possa ser feita com algumas palavras: Devotamento, Firmeza, Raciocínio, Sentimento, Humildade, Dignidade.

Devotamento sem apego, Firmeza sem petulância, Raciocínio sem aspereza, Sentimento sem pieguice, Humildade sem subserviência e Dignidade sem orgulho.

Parece estranho que falemos aqui da responsabilidade social do cientista, mas ela possui duas dimensões: a individual, que é produzir o bem, e a sócio-política (ou coletiva) que é a reforma das instituições humanas. O homem que desenvolveu a razão deverá agora abrir o coração.

Pensamos em terminar este texto com o manifesto do Sermão da Montanha, com o da ciência, mas finalmente escolhemos o de um simples chefe indígena ao presidente norte-americano.


Isto nós sabemos.


Todas as coisas estão ligadas


Como o sangue que une uma família ...


Tudo o que afeta a terra


Afeta os filhos e filhas da terra.

O Homem não teceu a teia da vida;


Ele é apenas um fio dela.


Tudo que ele faz à teia


Ele faz a si mesmo

Que aquele que teceu a teia da vida os ajudem, na ciência, a produzir o bem!
                                               
 
- FORMIGA, Luiz Carlos. Revista Espírita Fraternidade (Lisboa), 422: 227-229, 1998; Boletim da Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM-Notícias), 22 (outubro): 3-4, 1998; Folha Espírita, São Paulo, março, 2000. Sao Paulo: Federacao Paulista, 2000.
 
FONTE: http://www.iqm.unicamp.br/~formiga/neu/cienciacomamor.pdf

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